sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Chamamento

Tudo é uma questão de estalo de dedos...

Filha

Minha filha nasceu minúscula. Eu morria de medo que ela não sobrevivesse.
9 anos depois, olho pra ela, e não canso de agradecer à vida. É mais alta que as meninas da idade dela, inteligente, tão alegre que os olhos brilham, sempre acesos, com uma força de vida que só as crianças e os anjos sabem e podem ter.
Alina. Minha poesia diária.

Do tempo... que a gente recupera...

Já tive 17 anos, acredite. E não conheço ninguém que, aos 17, não faça algumas bobices. Porque eu seria diferente? Fiz as minhas. A maior delas, não ter falado o que sentia.
Ainda bem que hoje posso falar.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Desconexo

Às vezes eu escrevo umas coisas esquisitas, meio sem pé nem cabeça, parecendo vir do nada e sobre nada tratar, ou, pior, ser um emaranhado, difícil de desamarrar. Ora, nessas horas, não enlouqueça, nem tente me decifrar. Perdoe. É o que fazem os homens de bem, quando percebem que o poeta está perdido, lá no mundo dele, nos pensamentos desconexos, que só ele tem.

Tudo vira poesia

O cotidiano de um poeta seria intraduzível, não fossem os versos... A gente tem olhos de filme, talvez daí ser tão difícil viver nesse mundo... É como se tudo rodasse, feito película rara, em P&B, dessas que a gente não esquece nunca, e que foi filmada a partir de um livro inteiro de poemas.

Às vezes, tudo anda em câmera lenta e a gente fica só observando, cuidando onde estarão as brechas para a próxima estrofe.

Gosto de pensar que os músicos ouvem melodias por toda parte e que os artistas plásticos vêem quadros e esculturas onde quer que seus olhos pousem, assim como as crianças vêem brinquedo em tudo.

Seria natural que os amantes respirassem coraçõezinhos, mas não; eles respiram o ar um do outro. Ar que, trocado, vira loucura, faz tremer os joelhos, acelera o pulso e se instala na cabeça, onde tatua o nome do amado que, transformado em saliva, enche a boca da mais sublime poesia.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Quebra de silêncio

Os longos silêncios vão me arrancando pedaços, aos poucos, torturantemente. Quando, porém, se convertem numa única palavra, breve aparição de verbo, ah... os pedaços me voltam em dobro. O excesso é só poesia...

Livraria

Amor, livro novo, capuccino. Nessa ordem, exatamente. Só podia dar poesia.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Retroativo

Quando eu penso em quebrar a cruz, ele volta. E a cruz permanece.

Identidade?

As corujas, com seus grandes olhos insones, e sua silente harmonia, observam de longe essa minha preferência pela noite. Identificam minha poesia, tanto quanto eu, a delas?

Chuva

Choveu. Na estiagem, um pingo de chuva que for, faz uma diferença monstro. Refresca todo o ar. Beleza molhada.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Noite/Dia

Grilos e pássaros. Já ouviram o canto dos grilos, à noitinha, e dos pássaros, de manhãzinha? Tão bom saber que ainda temos esse privilégio... Pura poesia.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Um ano depois

Não. Não deixou de haver poesia no que me cerca.
Sim. Os olhos andaram nublados, quase cegos, à poesia simples dos gestos comuns.
Talvez um dia eu entenda esse longo hiato. Talvez não.
Mas veja, mesmo os hiatos têm versos e, se não tiverem, talvez se possa ouvir, neles, um acorde, por mais baixo que esteja o volume do ouvido da gente. E se nem isso, talvez um perfume de jasmim, um toque de flor, uma brisa de lavanda. Não? Haverá, então, uma cor específica, no hiato em questão; se não uma, várias, se entrelaçando ou explodindo, fogos de artifício, no meio do nada.

Um ano depois da última postagem neste blog, descubro que este hiato em especial teve jardins e perfumes e magias, que não puderam ser contadas, porque algumas visões poéticas não querem ser compartilhadas.

Mas hoje elas voltam às letras. Aqui. Daqui em diante. Té o próximo hiato...


sábado, 30 de janeiro de 2010

Ciclo

Tem chovido todos os dias. Uma tempestade. Depois o sol abre de novo, mas o calor já não é tão escaldante. Talvez devamos pensar a vida assim. Tempestades frequentes, algumas assustadoras. E a vida prossegue, depois, um pouco mais leve, até a próxima chuvarada...





30.01.2010 - 17h

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Matemática e poesia

Minha filha descobriu o segredo da multiplicação. Matemática não é poesia, pra mim. Descobertas são pura poesia...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Normalidade

Estive pensando: alguns olhos vêem os poetas (sim, eu sei que aquele acento no E repetido, caiu... mas eu ainda não consegui derrubá-lo das minhas escritas... paciência, querido leitor, paciência) como pessoas especiais. Alguns olhos me cobram que eu seja especial. Mas veja, não sou assim. Tenho cá meu quinhão de defeitos e outro quinhão de coisas não resolvidas e outro tanto de coisas mal resolvidas e um bom tantão de coisas que jamais vão se resolver e que eu tento ir levando assim, meio que na maciota, pra não enlouquecer de vez.
Portanto, jamais espere de mim que essa minha inclinação ao belo me faça mais especial do que tu. Não sou.
Leia meus escritos, viaje nos meus traços, e evite minhas imperfeições. Ou veja todas elas... e perdoe... por favor...

terça-feira, 28 de abril de 2009

Aprender

Tem coisas que a gente não sabe. Simplesmente não sabe. E não adianta ensinar. A gente não aprende. Eu, por exemplo, não consigo aprender a ver a vida dura. Gosto de pensar que ela é mais. Gosto de esperar que ela seja mais. Esperança. Talvez seja isso que me mantenha de pé. Esperar pelo quê? Como posso saber? Não tenho um quê definido. Nem me interesso em ter. Mas sei que a vida não é assim tão dura. Não pode ser. Não quero que seja. Por isso não é.
Tem coisas que a gente não sabe, nem nunca vai saber. Algumas delas, é melhor nem saber mesmo. Deixa estar. Deixa assim. Deixa acontecer. Guarda na retina o que de belo te alcançou. É o que vale.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A Volta

Depois de uma Licença de 2 meses, voltei ao trabalho. Voltar pode ter várias conotações. Depende para onde se volta. Depende para o que se volta. Depende para quem se volta.
Eu voltei para a mesma escola onde trabalhava antes da Licença. E essa foi uma volta enriquecedora. Voltei para onde sou bem-vinda. Fui recebida de braços abertos. Mas de todos os pontos positivos desse retorno, o melhor foi o sorriso e o brilho no olhar de cada um dos meus alunos.
Não há como explicar o valor do abraço de uma criança, quando ela diz que estava com saudade de ti; porque não são só as palavras que uma criança diz. É todo o corpo dela que fala. Ela ainda não aprendeu a disfarçar nada. Ela ainda não aprendeu a fingir.
A alegria que meus alunos externaram foi comovente. Os abraços apertados, os sorrisos, as falas (todos ao mesmo tempo, querendo contar tudo, querendo ouvir tudo, querendo perguntar tudo, querendo ser tudo; tudo ao mesmo tempo; todos ao mesmo tempo).
Quantia alguma paga a alegria de ser bem-vinda entre as crianças. Porque não há nenhum outro espaço tão verdadeiro quanto aquele dominado pela infância.
Por isso, nesse dia 03 de setembro de 2008, depois de ter passado por um período bem difícil, voltar para esta escola, para estas crianças, para este trabalho, foi uma das melhores coisas deste ano.
Só Deus sabe o quanto eu precisava de todos aqueles abraços.
Valeu.
Estou lá de novo. Espero deixar minha marca positiva naqueles coraçõezinhos. Levo sementes. Os solos são férteis. As chuvas são generosas. Não há como dar errado.
Assim seja.

sábado, 26 de julho de 2008

INENARRÁVEL

Sabe aquela coisa que a gente não consegue explicar?
Pois é... é isso mesmo...









(Manuscrito em 26.07.2008 - 04h10min)